terça-feira, 16 de agosto de 2011

Tudo ao contrário - parte 2

Quando acabámos de comer, decidi ligar à Carolina. Tinha de saber se eram só os meus pais que estavam completamente doidos, ou se as outras crianças também estavam quase a perder a paciência.
Sim?, ouvi uma voz do outra lado do telefone perguntar.
Olá Carolina, é a Ana! Preciso de te perguntar uma coisa... respondi.
Ah! Olá Ana! Claro diz!
Bom, é assim… É provável que penses que eu estou a inventar isto tudo, mas, infelizmente, não estou. Os meus pais estão a comportar-se como autênticas crianças! Acordaram assim e ainda não fizeram outra coisa senão resmungar e brigar! Não sei o que se passa, nem o que hei-de fazer!! Pensei que ela não iria acreditar, por isso esforcei-me para parecer um problema normal da minha idade.
O quê??!! Cá para mim andas é a ver desenhos animados a mais! Ahahah! Ai Ana, dizes-me com cada coisa! Uau!... então é para isto que servem as amigas? Tinha de lhe provar que não estava a mentir (nem a ver desenhos animados a mais!).
Olha, se não acreditas em mim vem tu própria ver! A seguir ao almoço, passa por minha casa! Disse-lhe eu, decidida.
Hum… ok! Acho que não há problema…respondeu ela.
Óptimo! Então fico à espera. Até logo. E desliguei. Mal poisei o telefone, ouvi um grande estrondo vindo da sala de estar. Corri até lá o mais depressa que pude e, quando lá cheguei, deparei com a mesa que costumava estar em frente ao sofá grande com molduras e uma jarra de flores, no meio do chão! Oh não…, pensei. As molduras estavam estateladas no chão, com a parte da fotografia viradas para baixo. A jarra estava feita em mil e um pedaços e as flores pisadas. A mesa estava de lado, ainda inteira, e o pai e a mãe olhavam muito sérios para mim. Passei-me!
Qual de vocês os dois é que fez isto, posso saber??
Rapidamente, apontaram um para o outro. Isto não me estava a acontecer! Simplesmente não podia!
Bem, não importa! De castigo, agora vão os dois para o quarto e só saem de lá quando eu chamar, à hora do almoço! Entendido?
Sim, filha. E encaminharam-se para o quarto, com a cabeça baixa. Da sala, ouvi a porta fechar-se com força e a chave cair no chão do corredor. Endireitei a mesa, coloquei as molduras no sítio e fui buscar uma pá e uma vassoura para varrer os pedacinhos da jarra desfeita. Apanhei as flores e deitei-as para o lixo. A seguir à visita da Carolina, iria comprar outras para as substituir. De repente, lembrei-me que tinha de ser eu a fazer o almoço, por isso endireitei-me para a cozinha, abri o frigorífico e, como era a única coisa que eu sabia cozinhar, peguei numa alface, dois tomates, uma lata de milho e uma embalagem de fiambre ao cubos e misturei tudo numa malga grande. Já sabia qual seria a reacção dos pais quando se sentassem à mesa, mas não tinha alternativa e não devia ser assim tão mau.  

A história ainda não acabou! Se quiseres saber como a Ana resolveu o problema, espera pela próxima parte.
Kiss, Sissi

1 comentário:

  1. Gosto da história! :D
    Eu também estou a escrever uma, podes seguir-me?
    http://handsonhearth.blogspot.com/

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